quarta-feira, 17 de junho de 2009

SPORT CLUBE DO RECIFE


Sport Club do Recife
O nome “Sport” escrito assim, sem as duas letras “e” no começo e no final, tem a sua razão de ser. A idéia de montar um clube em Recife dedicado ao futebol nasceu quando Guilherme de Aquino Fonseca voltou de uma temporada de estudos na Inglaterra – onde se apaixonou pelo esporte (ou “sport”?). Em 13 de maio de 1905, foi fundado o Sport Club do Recife. No mês seguinte, o time participou da primeira partida realizada em Pernambuco, contra o English Eleven.
Demorou dez anos até que o futebol tivesse se estabelecido no Estado com força suficiente para que fosse organizado um Campeonato Pernambucano. O Sport não participou da primeira edição, em 1915, mas quando entrou em cena, no ano seguinte, foi para não deixar dúvidas com relação às suas intenções: derrotando nas duas ocasiões o Santa Cruz, a equipe foi bicampeã em 16/17. Em 1919, já como sinônimo do que o futebol pernambucano tinha de mais forte, o Sport viajou a Belém para enfrentar um combinado Remo-Paysandu. A vitória do Sport por 3 x 2 deixou os torcedores locais furiosos, e o troféu que estava em jogo – o “Leão do Norte” – teve a cauda quebrada. O leão está até hoje na sala de troféus do clube, e foi o sucesso desse episódio que inspirou o escudo do Sport, criado nessa época.
Somando apenas três derrotas ao longo das três temporadas, o Sport consolidou seu domínio do futebol pernambucano no começo da década de 20 ao conquistar o tricampeonato 23/24/25, com o time que tinha Péricles, Ary e Aluízio na linha de frente. Outro título veio em 1928, e a partir daí foi momento de se ter paciência dentro de campo enquanto o clube construía seu patrimônio fora dele. Em 35, foi comprado o terreno onde seria erguida a sede do clube. Dois anos depois, em 4 de julho de 1937, o Sport inaugurou o estádio da Ilha do Retiro, num amistoso contra o Santa Cruz. O rubro-negro venceu por 6 x 5, graças ao gol vencedor de Haroldo Praça. Bastou a construção ser concluída que os dias de sucesso retornaram.
O primeiro tabu da história do clube terminou em 38, e no começo da década de 40 o domínio voltou com força: entre 41 e 43, o Sport ganhou mais um tricampeonato. Nessa equipe, já figurava uma das mais famosas crias da divisão de base do clube, o atacante Ademir de Menezes, o “Queixada”. O sucesso da equipe dentro de Pernambuco era tanto que o rubro-negro se arriscou a fazer uma excursão pelo “Sul” – na verdade, o Rio de Janeiro. Para muitos, era uma loucura uma equipe do Nordeste se atrever àquilo, mas a participação do Sport foi louvável e chamou a atenção de muita gente. Em especial do Vasco da Gama, que naquela ocasião apostou em Ademir e acabou contratando um dos maiores jogadores de sua história.
Dadá MaravilhaO Leão ia fazendo sua história gloriosa dentro do Estado e revelando para o Brasil grandes nomes do futebol. Depois de Ademir, outro artilheiro – e que também viria a ser o goleador máximo de uma Copa do Mundo – fez seu nome no Sport antes de partir para o Sul (coincidentemente, também para o Vasco). Vavá comandou o ataque rubro-negro entre 49 e 50, no momento em que se formava a geração que acumularia títulos nos anos seguintes: com Traçaia, Naninho, Pacoty, Djalma, Manga e Oswaldo, o clube somou conquistas e fez sua primeira excursão à Europa, em 57. A boa fase sobreviveu até o bicampeonato 61/62, quando teve início um período que não podia ser mais incômodo. Um hexacampeonato do rival Náutico, seguido por um pentacampeonato do outro rival, o Santa Cruz. Só depois de mais um título do Náutico – após um período de 12 anos de espera -, os rubro-negros voltaram a comemorar um título estadual, em 75, no primeiro dos dois anos em que Dario, o Dadá Maravilha, foi o artilheiro do torneio. Foi em 75 também que o Sport fez uma de suas primeiras boas campanhas no Campeonato Brasileiro, ao terminar em 11º. Em 78, o time entrou pela primeira vez entre os dez primeiros.
Os anos 80 começaram com absoluto sucesso: tricampeonato pernambucano entre 80 e 82, com Marião, Vílson, Merica e o meia Givanildo; quatro anos seguidos entre os dez melhores do Brasileirão (entre 81 e 85) e a primeira reforma da Ilha do Retiro, em 1980. Mas a maior glória daqueles anos ainda estava por vir. Ou, no mínimo, a mais controversa. Uma série de artimanhas jurídicas e decisões políticas levou o Campeonato Brasileiro de 1987 a ser dividido em dois “módulos”: o verde, organizado pelo Clube dos 13, e o amarelo, organizado pela CBF. Só que a confusão não terminava aí: a CBF insistiu que os dois melhores de cada um dos módulos se enfrentassem para decidir o campeão brasileiro. O Flamengo, que já tinha derrotado os maiores clubes do País em seu “módulo”, não quis saber de jogar e se considerou campeão. A CBF, com o respaldo da FIFA, discordou: e então Guarani e Sport, que haviam dividido o título do módulo amarelo, passaram ao quadrangular final (que só tinha dois times). Após um empate em 1 x 1 em Campinas, a vitória por 1 x 0 do Sport sobre se tornou a final do Brasileiro, e o time de Jair Picerni - que tinha Ribamar, Robertinho, Macaé e Nando – foi oficializado como campeão brasileiro daquele ano. Como conseqüência, disputou pela primeira vez a Libertadores da América no ano seguinte, quando acabou eliminado na primeira fase de um grupo que ainda tinha o Guarani e duas equipes peruanas, Alianza Lima e Universitario.

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